sexta-feira, 11 de julho de 2014

Benjamin visita o hospital e exame detecta culpa de mãe


Jamin de mal com a vida

 
Entra no carro e começa a matutar



Jamin chega no hospital

As mães ocidentais tem mania de sentir muita culpa. Foi o que a médica do hospital infantil de Luxemburgo me disse ontem.

Depois de um dia em que o Benjamin parecia ter passado pela pior das guerras, de tanto sofrimento, choro e berreiro, nós resolvemos ir para o hospital para ver o que estava acontecendo com nosso bebê que em geral (considerando suas 4 semanas) é um ser muito bonzinho... E comilão!



Depois de umas 7 horas de choro, foi entrar no carro que esse ser resolveu virar um anjo. Olhava tudo em volta, chegamos no hospital e ele praticamente cumprimentou os médicos. Eu e o Dani estávamos assim:




Já esperava ouvir um sermão dos médicos “Temos um monte de crianças doentes aqui e vocês trazem esse bebê que está quase dando uma palestra sobre como atingir o nirvana?”...

Mas não... Os médicos nos acolheram como se o Benjamin realmente tivesse sido ferido em combate.

Uma médica o examinou, fez alguns exames, disse que talvez pudesse ser gases. Gases... É a palavra e o palpite que mais escuto por um mês. Gases é o “sistema” para os bebês, tudo é culpa dos gases... Assim como quando ninguém sabe corrigir um erro nos corredores burocráticos, o culpado é o sistema.

Como a médica francesinha muito gentil, vale dizer, não tinha certeza, ela chamou uma médica mais experiente.

A médica chegou, conversou com o Benjamin, o Benjamin jogou seu charme e sorriso eu com a cara assim:



Ela olha para nós e fala: Seu bebê está perfeitamente saudável. Provavelmente está passando por um growth spurt. Não sei exatamente a tradução para o português, mas eu diria um estirão de crescimento. No link está a explicação (em inglês) do que é isso. Resumindo, ela disse que ele deve estar aprendendo coisas novas, fazendo novas conexões neuronais e isso gera um estresse muito grande ao bebê. A forma que ele sabe lidar com isso? Peito e choro. E voilá. Meus peitos viraram chupeta ontem.

Eu que sempre estudei somente o “comportamento” fiquei checando o dia inteiro o que eu poderia ter feito para ele estar daquela forma – fralda suja? Fome? Algum desconforto? Medir febre? Frio? Calor? Quer colinho? Carinho?

O Dani examinando as mesmas “variáveis”...

E aí vem a médica e diz: não é culpa de vocês... O Ben tem que lidar com seu crescimento, com novas informações... Nós também não ficamos ansiosos e nervosos diante de novos desafios? Mas nós temos outras maneiras de lidar com isso...

Por tanto tempo negligenciei variáveis que não estão ao meu alcance. Sim, aprendemos a nos culpar por tudo facilmente. Principalmente mães. Que cultura é essa que gera culpabilidade para assim educar nossas crianças? Não seria bom ter clareza daquilo que realmente é nossa culpa e daquilo que não temos controle? Sim, nem tudo temos controle. E saber disso, relaxa e traz mais paz para nossas vidas. Apesar de parecer o contrário, é muito importante saber lidar com a “falta de controle”.

Outra coisa que a médica falou foi: “Não, seu leite não é fraco. É outra coisa só vivida por mulheres ocidentais. Não existe leite fraco, seu leite é perfeito para o bebê. Nós que nomeamos “o bebê pega o peito nervoso”. Ele não está nervoso, ele está reagindo ao seu instinto”...

Instinto... Essa mulher seria massacrada na academia... Ao mesmo tempo, foi uma das poucas pessoas que acalmou esses dois pais de primeira viagem e trouxe relaxamento para nossos corpos, para assim continuarmos nutrindo e dando muito aconchego ao pequeno Jamin.

Achei tão interessante os cuidados que eles tiveram com nós. Em nenhum momento eles nos acusaram de estarmos exagerando. Eles examinaram o Jamin, com todo cuidado e levaram muito a sério nossos sentimentos e medos em relação ao que poderia estar acontecendo com o pequeno. Fiquei muito contente com o atendimento, o tempo dedicado dos médicos e o remédio de tranquilidade (não é Rivotril, nem Dramin hein povo, chama-se conselho aqui hihihihi) que nos deram.

Voltamos para casa felizes, o Jamin dormindo e comemos um kebab na volta... Sem eu ficar matutando se aquilo causaria cólicas no pequeno ou não. A noite dei o peito e disse “hoje você vai experimentar comida turca, vamos ver o que você vai aprender com isso, espero que seja bom para você, como foi para mim”.

Dica de leitura para as mamães, recomendado pela psicóloga Celina Lazzari (obrigada Ce, adorei!):

 
Beijos

Cíntia

2 comentários:

  1. hehehehehe Adorei o final do Jamin conhecer comida turca! Comida enlatada ele não gostou muito né? :P

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  2. Mamãe Cíntia. Simplesmente adorável, leveza. Li e saboreei este relato de uma mamãe carinhosa. As fotos do Benjamin são de uma beleza artística muito original.

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