- Fim de semana passado eu e o Dani fomos para Frankfurt na maior feira do livro do mundo. - Cíntia
- Brincou? Achei que era a Bienal de São Paulo! – Gabriel.
- Também pô! Depois que entendi porque não é. – Cíntia.
- Por quê? – Todos.
- Porque não deu para terminar de conhecer tudo e tinham vários ônibus
espalhados pela cidade só para levar o povo para a feira.
Pegamos um ônibus gratuito para chegar à feira. Achamos o
máximo o ônibus ser gratuito até chegarmos na feira e precisarmos pagar 17
euros para entrar. A gratuidade do ônibus era só para dar uma sensação boa para
os bobos pão-duros.
Entramos pelo pavilhão/prédio 8 e eu já queria saber onde
era o pavilhão do Brasil. Esse ano nosso querido Brasil foi o país homenageado
na feira. Estavam espalhadas por todos os lados as cores verde e amarelo. E eu
comecei a esticar o peito como se a homenagem fosse para mim. “Olha aqui, tem
uma brasileira entrando na área”. Eu pensava (detalhe: tinham 1000).
Chegamos ao pavilhão, e lá estava nas paredes, fotos do
Brasil, do Menino Maluquinho, do Brasil Império, Brasil República, Machado de
Assis e brasucas por toda parte. No chão tinham almofadas para se jogar, ler um
livro ou tirar um cochilinho. Se não encontrasse espaços nas almofadas tinham
redes. Para os mais alertas tinham bicicletas em que quando você começa a andar
um filme sobre o Brasil aparecia na telinha.
Em outro prédio, depois de andar meia hora e passar por um restaurante brasileiro cheirando a feijão chegamos a outro pavilhão de homenagem ao Brasil. Alerta ligado – feijão, farofa, frutas brasileiras. Meus “olhões” brilharam! Ok, livros são tão importantes quanto comida. Principalmente em um país onde o povo não entende a importância de comer feijão todo dia.
No pavilhão 112, que é assim que pareceu para mim, tinham
várias editoras brasileiras e alguns escritores! Tivemos a oportunidade de
sentar numa mesa com o escritor Ronaldo Correia de Brito e conversar sobre edição
na Europa. Ele disse que na Inglaterra, somente 1% da edição é voltada para
livros estrangeiros, enquanto na França é mais de 40%. Careta para os
ingleses...
Alias, sentamo-nos à mesa graças ao Dani. Ele ficou olhando
para eles e sorrindo para ver se eles o convidavam para sentar. E eu parada do
lado como uma barata tonta. Como eles não convidaram, o Dani disse:
- Que interessante a conversa de vocês, posso ouvir?
- Gente!!! O que ele está fazendo??? – penso eu.
- Claro amigo, sentem-se com nós. – os intelectuais.
Assistimos também uma palestra do Cristóvão Tezza (Catarina-curitibano
muito simpático) e da Patrícia Melo com o Férrez (literatura marginal).
No mais, sentamos e comemos muitas frutas brasileiras.
Principalmente maracujá e abacaxi! Parecíamos dois subnutridos.
Ganhamos alguns livros também! Assistimos um debate sobre a
copa, e vimos muitas pessoas vestidas como personagens de desenhos animados. O que
me pareceu o segundo maior evento da feira, sem ser o Brasil.
- E você trouxe algum livro para nós? – pergunta Renan.
- Ups!!!
Cíntia