A
curiosidade do seu filho pode ser o início de descobertas
importantes para sua vida e até, seu futuro profissional. A maneira que os
bebês e cientistas descobrem o mundo são muito parecidas! Basta
saber ainda o que devemos fazer para manter essa vontade imensa de
desvendar
mistérios das crianças e jovens
mistérios das crianças e jovens
Você
gosta muito de sua profissão? Caso sim, lembra-se quando e como um
interesse seu virou paixão, que virou carreira profissional? Acha
importante saber disso para ajudar seu filho (a) a fazer aquilo que
gosta e atuar com proficiência?
Uma
das tarefas mais difíceis que provavelmente nós adultos temos que
administrar é educar bem nossas crianças, isto é, torná-las
autônomas, curiosas, interessadas e no futuro, independente de nós.
Mas
como fazer isso? Como ter certeza que nós pais, professores,
educadores e sociedade estamos fazendo um bom trabalho? As crianças
sempre indicam em seus comportamentos se as coisas estão a correr
bem. Uma criança que não está interessada em brincar e em
descobrir o mundo pode ser um indicador de que nós falhamos.
Possivelmente,
algo que faria uma criança nunca perder sua curiosidade inata é
ensiná-la o método científico. O que??? Como assim? Isso não a
mataria de tédio? Não! Muito pelo contrário... O que fazem as
pessoas temerem a ciência, para não falar de política, é a falta
de compreensão dela.
O
método científico é livre de crenças, diferente do senso comum.
Esse, geralmente é um hábito da população que se torna tradição
e passa de geração a geração. Algumas coisas são úteis, como
fazer um bom prato de bacalhau em natas. Outras já não, como não
deixar sua filha se casar com alguém de outra religião, somente
porque foi assim feito durante séculos. O senso comum vê as coisas
como magia – antigamente o El Niño provavelmente seria considerado
uma punição de Deus, hoje se sabe que é um evento que pode ser
explicado pela ciência.
Muitos
anos atrás a ciência era um mistério. Se perguntassem para uma
criança descrever um cientista, provavelmente ela descreveria alguém
em um laboratório (com microscópios, afinal, um laboratório sem
esse aparelho, mal poderia ser considerado um laboratório anos
atrás), de cabelos arrepiados, com problemas psicológicos, surtos
de grandeza, seja para salvar o mundo ou eliminá-lo.
Eu
participei de um workshop essa semana, o Communicating with children and young people: from laboratory to learning centre
(Comunicando-se com crianças e jovens: do laboratório ao centro de
aprendizado), promovido pelo FNR (Fonds National de la Recherche –
Fundo Nacional de Pesquisa) e essa foi a primeira pergunta que o
simpático Michel Grevis, administrador do Centre de Jeunesse Hollenfels, fez:
Como
vocês acham que um cientista é visto pelas crianças e jovens?
Antes era assim:
Hoje
em dia, graças ao acesso a tecnologia, a internet, a informação,
as pessoas tem uma ideia mais real de quem são os cientistas.
Mesmo que esses ainda são um pouco estereotipados |
Eles
são jovens ou velhos, homens e sim MUITAS MULHERES, nerds ou
descolados... Há uma variação imensa.
E
os jovens pelos cientistas? Como são vistos, continuou o senhor
Grevis.
O
adulto também mudou essa visão distorcida que tinha dos jovens. Os
jovens são sim, pessoas atuantes em nossa sociedade, interessados,
com muita vontade de aprender e se engajar em coisas relevantes...
Só
que tudo depende de como as crianças e os jovens vão ser envolvidos
na sociedade e de como vamos os passar ensinamentos importantes...
Aí
então é que vem a adorável alemã Claudia von See e pergunta: mas
afinal, o que faz uma pessoa partir de um interesse situacional para
um interesse individual? Isto é, de algo que te pega (o catch), para
algo que te segura (o hold)... Essa é uma das perguntas mais
difíceis de serem respondidas. Para eles, o ambiente é o fator
decisivo - experiências vividas e o grau: de emoção delas; de
impacto positivo; de aprovação por uma comunidade, de instrução
escolar (da criança e dos pais) e de possibilidade de continuar indo atrás dessa busca.
Como
essas associações vão se tornando fortes o suficiente para manter
comportamentos de seguir curioso sobre algo é ainda difícil de
entender.
Agora,
é fato que para se aprender algo, além de ser um pouco autodidata,
você precisa de bons mestres. Quais seriam algumas das
características de bons mestres?
• Promover e desenvolver o
pensamento crítico e autônomo dos participantes para formar
cidadãos responsáveis
• Garantir a coerência entre
os métodos utilizados e as mensagens transmitidas – não dá
somente para “falar em aula” e acreditar que a “fala do
professor” se transformará em atitude.
• Respeitar a complexidade dos
temas abordados – não dar respostas do tipo sim ou não.
• Formar não somente
aprendizes, mas sim, pessoas envolvidas (intervenants
em francês)
• Estabelecer um processo de
auto-avaliação de forma transparente, incluindo a várias partes
interessadas.
Ensinar
é muito mais complexo que ...
passar informações ---- CAIXA PRETA ----- absorção das informações |
A
probabilidade de aprender algo é muito maior se a criança e o jovem
tem a possibilidade de se envolver com aquilo que é fruto de sua
curiosidade... Quando eles são agentes do processo de aprender. O
processo científico tem as condições de aumentar a veracidade de
nossas descobertas e pode ser ensinado para as crianças de uma forma
divertida, que não simplesmente as “pegam”, mas as “seguram”
num caminho destinado a perspicácia e desenvolvimento intelectual.
As
crianças são desde bebês, pequenos cientistas...
O
nosso “hold”, dos adultos, poderia a partir de hoje ser: como
fazer com que as crianças mantenham esses comportamentos
científicos?
Caros
pais, professores e educadores: está cheio de material para vocês
lerem a respeito disso! Comecem com um processo científico básico –
ler o que já foi pesquisado e descoberto sobre o tema.
Boa
leitura!
Cintia
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